como dói,dói,dói
e outra vez e ainda
dói, dói dói
(seu nome,
engraçado e risível,
cefaléias em salvas)
dói
no mais fundo lá dentro
assim,
o corpo expressa
a dor
o que move a alma
na procura vã
da impossível alma irmã
corpo suado
mão trêmula
chuva a cair
noite a passar
papel, caneta
desordem sobre a mesa
medo da loucura
maior que o medo da morte
não
não se pode romper o fio
no limiar do abismo
a ser, ainda, atravessado
bendizer essa dor pungente
deixar
rolarem lágrimas
fluírem angústias.
agora,
nesta mesma hora,
onde solidão maior
ainda mora
a saudade de horas
outras horas
co-labora na beleza
no brilho
da chama
das almas
de quem ama
imagem-paisagem
desejo verde-rosa
de expirar
tons do amor
explode, só,
vulcão de vida rarefeita
se ondula em marola
a chama de uma vela
reina
e chama
para,
nas lonjuras da alma,
modelar a vida.
Carmen Cynira
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