Guilherme de Almeida -1928
VERDADE
Ofereci minha alma em holocausto
à dor, buscando a solidão de um claustro,
onde, com num Oasis calmo e verde
a caravana branca mata a sede;
onde, aspirando aos céus, os corpos murchos
são como as flores de água dos repuxos;
onde a alma se levanta, quando à sombra
dos mágicos vitrais o corpo tomba,
e acompanhando o rastro do seu próprio sonho
ela gira como um heliotrópio...
Quis achar a verdade – e ainda hoje busco
a cisterna de pedras e de musgo,
onde ela dorme nua, como dormem
meus olhos dentro de uns olhos de homem.
No olhar do meu Senhor, como num poço,
procurei o reflexo misterioso
da verdade encantada; mas, no fundo,
trêmulo e pensativo como um junco,
achei apenas, num reflexo morto
a harmoniosa mentira do meu corpo!
VERDADE
Ofereci minha alma em holocausto
à dor, buscando a solidão de um claustro,
onde, com num Oasis calmo e verde
a caravana branca mata a sede;
onde, aspirando aos céus, os corpos murchos
são como as flores de água dos repuxos;
onde a alma se levanta, quando à sombra
dos mágicos vitrais o corpo tomba,
e acompanhando o rastro do seu próprio sonho
ela gira como um heliotrópio...
Quis achar a verdade – e ainda hoje busco
a cisterna de pedras e de musgo,
onde ela dorme nua, como dormem
meus olhos dentro de uns olhos de homem.
No olhar do meu Senhor, como num poço,
procurei o reflexo misterioso
da verdade encantada; mas, no fundo,
trêmulo e pensativo como um junco,
achei apenas, num reflexo morto
a harmoniosa mentira do meu corpo!
Guilherme de Almeida -1928Livro de Horas de Sóror Dolorosa -“A que morreu de Amor”
Gostei do poema- do poeta já conhecia alguns poemas.Beijos
ResponderExcluirGostei muito da sua colagem, acho que vc descobriu o seu caminho. Ab. Vera
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