"No fundo de tudo há a aleluia." (Clarice Lispector)

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Diálogo-quase-monólogo de gaivotas solitárias


Diálogo-quase-monólogo de gaivotas solitárias



_Surgiste, meu deus, como um anjo.
_Surgiste, meu anjo, como um deus.
_Aquele raio de aurora te beijou as mãos?
_Assim este pôr-de-sol te beija agora.
_Quem és?
_Não sabes? Teu anjo.
_Então, tu és meu deus?
_Assim como tu és meu anjo.
_Voemos?
_Voemos.
_Vês as gaivotas?
_Repara nelas.
_Suaves.
_Sutis.
_Seria bom ouvi-las?
_Ah! Como seria bom!
_Tempo aberto.
_Espaço vazio.
_Tua estranheza fascina-me.
_A tua me é familiar.
_Familiar?
_Rodin, sua têmpera e vigor.
_Monet, seu olhar.
_Também?
_Também...
_Mudo e só na sombra do Infinito
_Em volta a Solidão. Mas a meus pés...
_Loucura?
_Poesia.
_Poesia?
_O ar de quem escuta o olhar. Mudez profunda.
_Calma. Fecham-se tremendo as pétalas da alma.
_Poesia?
_Loucura.
_Que queres?
_Luz pobrinha da casa de sapé, à beira de um lago.
_Noite brumosa, grilos cricrilando?
_Sapinhos e pererecas.
_Tênue luz de estrelas além das nuvens. Música?
_Bárbara Streisend, um Canto Gregoriano.
_Eu sou eu-e-minhas-circunstâncias.
_Filosofias?
_Sonhos. Sonhas?
_E fantasio.
_Também?

Carmen C(y)nira/ Não sei quando!
Texto reencontrado ,copiado e colado .
Motivação> http://barcosflores.blogspot.com/
Falta-me o crédito da Imagem.Aceito informações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário